O que faz um dermatologista vai muito além da simples avaliação estética da pele. Trata-se de um médico especialista em dermatologia, que atua no diagnóstico, tratamento e prevenção de doenças que afetam a pele, cabelos, unhas e mucosas. A prática dermatológica envolve tanto o manejo clínico quanto procedimentos dermatológicos estéticos e cirúrgicos, exigindo amplo conhecimento da fisiopatologia cutânea, imunologia, microbiologia e técnicas avançadas para intervenção eficaz.
Antes de abordar o leque extenso de procedimentos, é importante contextualizar o que faz um dermatologista na sua atuação clínica habitual. O enfoque clínico engloba desde patologias comuns até quadros complexos e raros, cujas manifestações podem implicar diretamente na qualidade de vida do paciente.
Dentre as condições frequentes, o dermatologista avalia patologias como dermatite atópica, psoríase, acne vulgar, rosácea e tinea (infecções fúngicas). Em cada caso, a abordagem terapêutica é baseada na etiologia e mecanismo patológico da doença. Por exemplo, na acne, o especialista prescreve tratamentos tópicos e sistêmicos, com agentes como peróxido de benzoíla, retinoides e antibióticos, isoladamente ou em combinação, visando a redução da inflamação, controle da proliferação microbiana e regulação da queratinização.
O manejo de condições como lúpus eritematoso cutâneo, liquen plano e psoríase requer diagnóstico preciso apoiado em exames histopatológicos e exames laboratoriais específicos. O dermatologista avalia o balanço imunológico do paciente para indicar terapias imunomoduladoras ou imunossupressoras, como corticosteróides tópicos ou sistêmicos, análogos dermatologista da vitamina D e agentes biológicos com ação dirigida contra citocinas específicas, por exemplo, os inibidores de IL-17 na psoríase.
O dermatologista tem papel fundamental no diagnóstico precoce do carcinoma basocelular, carcinoma espinocelular e melanoma. A avaliação criteriosa por dermatoscopia digital, com ênfase nos critérios de Reed e ABCD, potencializa o reconhecimento precoce das lesões malignas. O tratamento pode variar entre ressecção cirúrgica convencional, técnicas micrográficas de Mohs e terapias adjuvantes, como imunoterapia tópica com imiquimode ou fototerapia.
Infecções bacterianas, virais, fúngicas e parasitárias também compõem a rotina clínica. A expertise do dermatologista é indispensável para diferenciar condições como impetigo, herpes simples, tinea corporis e escabiose, escolhendo terapias antimicrobianas adequadas, respeitando padrões de resistência bacteriana e a farmacodinâmica dos medicamentos.
Além do tratamento clínico, a dermatologia conta com variadas técnicas invasivas e minimamente invasivas para correção de lesões, rejuvenescimento e terapias complementares. A escolha do procedimento é pautada pela anatomia cutânea, tipo de lesão e objetivos terapêuticos, sempre com base em evidências científicas robustas.
O uso de lasers na dermatologia é amplo, abrangendo desde remoção de lesões pigmentadas até tratamento de cicatrizes e vasculares. Diversos tipos de laser são utilizados, cada qual com comprimento de onda específico e mecanismo de ação, por exemplo:
Os peelings químicos utilizam agentes como ácido glicólico, ácido tricloroacético (TCA) e ácido salicílico, que promovem esfoliação química controlada das camadas epidérmicas ou dérmicas. O mecanismo baseia-se na indução de necrose controlada que estimula a regeneração celular e reorganização do colágeno, resultando em melhora da fotodano, hiperpigmentação pós-inflamatória e cicatrizes superficiais. A profundidade do peeling é ajustada segundo concentração, pH e tempo de aplicação, sendo imprescindível avaliação do tipo de pele para evitar complicações.
O microagulhamento promove lesões microcontroladas na pele utilizando dispositivos com múltiplas agulhas finas, desencadeando resposta inflamatória local que ativa fibroblastos e estimula a produção de colágeno e elastina. Essa técnica é especialmente útil para tratamento de cicatrizes de acne, estrias e rejuvenescimento. Associado a ativos tópicos como vitamina C e fatores de crescimento, pode potencializar os resultados clínicos, conforme evidências recentes.
Procedimentos cirúrgicos realizados pelo dermatologista incluem remoção de nevos, cistos, tumores benignos e malignos com técnicas que privilegiam a preservação estética e funcional da pele. A cirurgia micrográfica de Mohs é padrão ouro para lesões malignas com margens difíceis de delimitar, possibilitando excisão precisa e minimizando recidivas. Além disso, o uso de anestesia local e suturas técnicas contribui para melhores resultados e menor tempo de recuperação.
Além da dermatologia clínica e cirúrgica, o dermatologista pode se especializar em áreas complementares que demandam conhecimento mais aprofundado e específico.
Voltada para o tratamento das doenças cutâneas em crianças, essa área considera as particularidades da pele em desenvolvimento, diferenças na apresentação clínica das dermatoses e especificidades terapêuticas. O diagnóstico precoce de condições como dermatite atópica infantil, hemangiomas e distúrbios genéticos cutâneos é fundamental para o manejo eficaz e prevenção de sequelas.
Envolve intervenções para melhora da aparência da pele, incluindo técnicas injetáveis (botox, preenchimentos), lasers, peelings, e tratamentos para flacidez e envelhecimento. Este segmento exige conhecimento sobre fisiologia do envelhecimento cutâneo, propriedades dos ativos utilizados e manejo de complicações, garantindo resultados naturais e seguros.

Especialidade que associa o conhecimento clínica ao estudo microscópico das doenças da pele. O dermatologista pode se especializar para interpretar biópsias cutâneas com finalidade diagnóstica, colaborando diretamente na definição do tratamento e prognóstico, especialmente em doenças neoplásicas e inflamatórias complexas.
Um aspecto fundamental do que faz um dermatologista é a orientação sobre prevenção de doenças e cuidados essenciais para manter a saúde cutânea, incluindo a educação sobre fotoproteção e hábitos saudáveis.
A exposição solar ultravioleta (UV) é principal fator de risco para danos cumulativos na pele e desenvolvimento de câncer cutâneo. O dermatologista orienta o uso correto do protetor solar, especificando o fator de proteção adequado (FPS mínimo 30), frequência de aplicação, e características do produto (protetores físicos versus químicos). Também enfatiza a importância do uso de roupas adequadas, óculos escuros e busca por sombra, além da revisão periódica da pele para detecção precoce de lesões suspeitas.

Instruir a população quanto à correta higienização, hidratação e escolha de cosméticos adequados ao tipo de pele evita agravações de dermatoses e envelhecimento prematuro. Saber interpretar os rótulos contendo ingredientes ativos relevantes, como ceramidas, antioxidantes e agentes calmantes, é parte do aconselhamento dermatológico eficaz.
Educar o paciente sobre sinais que indicam necessidade de avaliação médica imediata, tais como mudanças em pintas, lesões ulceradas que não cicatrizam, coceira intensa e hemorragias cutâneas, é essencial para reduzir o atraso no diagnóstico e otimizar o prognóstico das doenças cutâneas.
O que faz um dermatologista é uma combinação de ciência, técnica e análise clínica rigorosa, fundamentada em anos de especialização e atualização constante. Desde o diagnóstico acurado de dermatoses complexas até a aplicação de procedimentos avançados, o papel do especialista é integral para a saúde da pele, cabelos e unhas.
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